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19 de Abril de 2024
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    Conselhos são loteados com apadrinhados políticos

    Nomeação de conselheiros da Sercomtel e da Cohab obedeceu a coalizão de partidos que elegeu Padre Roque

    Quando tomou posse, o prefeito interino de Londrina, José Roque Neto (PTB), o Padre Roque, foi taxativo: a nomeação de secretários e diretores nas administrações direta e indireta obedeceria a critérios como a valorização dos servidores de carreira, o conhecimento da Pasta a ser assumida, e, não raro, à coalizão PTB-PSDB-PTB-PSB-PMDB, que o elegeu para a Presidência da Câmara. A subordinação ao pacto político-partidário, contudo, falou mais alto que a experiência no ramo quando o assunto são os recém-instalados conselhos de Administração e Fiscal da Sercomtel e da Companhia de Habitação de Londrina (Cohab- Ld): foram dessas siglas as indicações para os postos que vão receber entre R$ 1.231 e R$ 3,3 mil para reuniões, na maior das vezes, mensal.

    O critério para o preenchimento desses conselhos, segundo o próprio prefeito informou à FOLHA, está atrelado à coalizão. ''Não sou eleito pela maioria da sociedade, fui eleito pela coalizão e não posso ser autoritário - assim, tenho é que conversar e aceitar até mesmo algumas indicações'', admitiu. Porém, o petebista fez questão de ressalvar: ''Mas ficou muito bem claro a quem falou comigo: se essas indicações não responderem a contento, serão exoneradas''. Roque citou textualmente indicações do PTB e PT, para a Cohab, e as indicações do PMDB para a Sercomtel - além de uma diretoria aos peemedebistas, na Companhia de Habitação.

    ''O presidente do partido (deputado estadual Luiz Eduardo Cheida, PMDB) que me fez as indicações; foi uma conversa tranquila'', lembrou.

    Na Cohab, os quatro membros do Conselho de Administração (CA) vão receber, cada um, R$ 1.231 por reunião realizada - em média, uma por mês -, e inclusive o presidente, o próprio presidente da companhia, Carlos Eduardo Afonseca, cuja remuneração mensal é de R$ 12.317 mensais. Além de Afonseca, indicado pelo PT, compõem o CA ainda Fernanda Diniz Mendes, do PTN - confirmado pelo vereador Ivo de Bassi, do mesmo partido, e que não integrou a coalizão -, Antonio Sander Sobrinho (candidato a vereador pelo PT), Miriam Gouveia Lemes (nora do vereador Pastor Renato Lemes, do PRB, que negou a indicação) e Antonio José Santiago, do PSB, mas nome próximo do PT e, em especial, do deputado federal André Vargas. Pelo Conselho Fiscal, onde a remuneração são os mesmos R$ 1.231 para uma reunião por mês, foram mantidos os nomes de Paulo André de Araújo Afonso e de Kelly Cristina Ferreira Vieira.

    Para o presidente da Cohab, a participação de indicados políticos em um órgão técnico não deve afetar as atividades da companhia, que estima, hoje, um déficit de quase 3 mil moradias em Londrina. ''É importante essa amplitude de partidos, pois são vertentes que serão trazidas para discutir os problemas habitacionais. Se fossem só pessoas altamente técnicas nos conselhos, não seria muito produtivo'', acredita.

    Já na Sercomtel, cujo Conselho de Administração (CA) agora é presidido por um nome da Copel - o ruralista Edson Neme Ruiz -, a composição indicada pelo Executivo está afim com a coalizão: o advogado Paulo Wagner Castanho é nome apontado pelo PTB de Roque; o servidor municipal e diretor do Sindserv Éder Pimenta é indicação do PSDB, partido pelo qual disputou a Câmara; o jovem Gentil Honório da Silva Jr, cuja idade e profissão não foram revelados, é indicação do PMDB de Cheida. Todos, aqui, receberão R$ 3,3 mil mensais para uma reunião ordinária. O tom político prevaleceu também no conselho fiscal da telefônica, onde as reuniões, trimestrais, rendem um subsídio mensal de R$ 1.798,43: o servidor aposentado Antonio Esteves da Silva, advogado, foi apresentado pelo PTB; o administrador Edgar José Gomes de Azevedo, nome do PMDB. O último nome, o do economista Osmari Penteado dos Santos, foi a oferta da Copel - Santos trabalha em Curitiba.

    Fonte: Folha de Londrina

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/conselhos-sao-loteados-com-apadrinhados-politicos/590944

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