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19 de Abril de 2024
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    Reportagem especial / Metade do Iguaçu é das usinas / Reportagem especial / Biólogo tem relação estreita com os rios

    São cinco hidrelétricas, que respondem por 6,54% da produção de energia do país. A construção de uma sexta unidade gera debates sobre o impacto ambiental

    Depois de União da Vitória, distante 238 quilômetros de Curitiba, a paisagem do Rio Iguaçu se transforma. Cinco usinas hidrelétricas foram construídas no trecho, ocupando praticamente metade da extensão total do rio. Juntas, elas têm uma capacidade instalada de 6.644 megawatts, que garantem 6,54% da produção de energia do país. As usinas de Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias pertencem à Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel). Salto Santiago e Salto Osório são operadas pela Tractebel Energia.A Expedição ao Rio Iguaçu chegou à região no quinto dia, quando deixou União da Vitória com destino a Chopinzinho, passando pelas usinas de Foz do Areia e Segredo. Robson Luiz Schiefler e Silva, assessor da Diretoria de Geração e Transmissão de Energia e de Telecomunicações da Copel, lembra que o Iguaçu é o principal rio gerador de energia do Sul do país.Mas o Iguaçu deve produzir ainda mais. No dia 30 de setembro deste ano houve um leilão de energia promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e um grupo privado do Rio de Janeiro, a Neoenergia, ganhou o direito de construir e operar a hidrelétrica de Baixo Iguaçu, no Sudoeste do estado. A nova usina deve operar a partir de 2013. Serão inundados 13,59 quilômetros quadrados nos municípios de Capanema, Capitão Leônidas Marques, Nova Prata do Iguaçu, Planalto e Realeza. A estimativa é de que 359 famílias sejam atingidas. A Copel também participou do leilão e, depois do resultado, o governador Roberto Requião afirmou que a licença prévia concedida pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), órgão do governo estadual, é irregular e prometeu cassá-la.A liberação para a construção de outra usina hidrelétrica no Rio Iguaçu sofre sérias críticas dos ambientalistas. Segundo Tom Grando, coordenador institucional da Liga Ambiental e consultor da Expedição ao Rio Iguaçu, "das cerca de 50 espécies nativas de peixe que existiam na região onde hoje estão as barragens no Iguaçu restaram apenas oito". Em relação à usina do Baixo Iguaçu, o temor é de que haja um impacto nas Cataratas do Iguaçu.Edson Manassés, chefe do Departamento de Hidrologia da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), discorda: "Só Foz do Areia tem capacidade de controlar a vazão do Iguaçu. O regime do rio não muda mais". Para ele, a formação dos reservatórios tem um impacto porque acontece uma mudança radical no tipo de ambiente. "Quando os rios se transformam em lagos, também mudam as espécies que vivem no local", diz, acrescentando que essa mudança não é, necessariamente, negativa.Denise Basgal, professora no MBA Internacional em Gerenciamento de Projetos do Instituto Superior de Administração e Economia (Isae) da Fundação Getúlio Vargas, também afirma que as centrais elétricas têm impactos ambientais, como "o alagamento das áreas vizinhas, aumento no nível dos rios, mudanças no curso do rio represado, podendo ou não prejudicar a fauna e a flora da região". Mas ela diz que esse ainda é o tipo de energia mais barata do que outras, como a energia nuclear, e menos agressiva ambientalmente do que a do petróleo ou a do carvão.Leia amanhã: >As usinas hidrelétricas trazem desenvolvimento para os municípios atingidos?

    Reportagem especial> / >Biólogo tem relação estreita com os rios>

    O biólogo Tom Grando, consultor da Expedição ao Rio Iguaçu, tem uma relação estreita com os rios. "Eu nasci e cresci entre a madeireira do meu pai e o rio", conta ele, referindo-se ao Rio do Peixe, na Bacia do Uruguai, em Joaçaba (SC). O hoje ambientalista vem de uma família que explorava a natureza. O pai, madeireiro, derrubou 7 milhões de metros quadrados de araucária, lembra Grando. Mas a atividade madeireira ficou para trás na década de 70.Mais tarde, outro episódio envolvendo um rio marcaria a sua vida. Em 1993, ele e o amigo Roberto Ribas Lange, também biólogo, realizavam estudos de impacto ambiental para a construção da Usina Hidrelétrica de Salto Caxias, em Capitão Leônidas Marques. Um dia, só estavam os dois na margem do Iguaçu e Lange decidiu entrar no rio. Foi a última vez que Grando viu o amigo vivo.Durante a Expedição ao Rio Iguaçu, na Usina de Salto Caxias, o biólogo ficou alguns minutos observando o local onde Lange morreu. Em reconhecimento a todo o seu trabalho em favor do meio ambiente, o governo do Paraná criou, em 21 de novembro de 1994, o Parque Estadual Saint Hilaire Lange, em Antonina e Morretes. O nome é uma homenagem a Roberto Ribas Lange e ao naturalista e botânico francês Saint Hilaire.>

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